Dúvidas sobre a retomada do auxílio emergencial assombram os brasileiros
A insistência de Paulo Guedes, ministro da Economia, em reduzir o auxílio emergencial e mantê-lo apenas para metade dos beneficiários da primeira fase do programa, somada à volatilidade da pauta do Congresso, está prejudicando o lado mais fraco dessa batalha: quem realmente precisa do benefício para sobreviver.
Como se não bastassem essas incertezas, ainda há o caso da prisão do deputado federal Daniel Silveira, que pode atrasar ainda mais a tramitação de projetos da pauta econômica na Câmara dos Deputados, já que precisa ser discutido e sua prisão confirmada em votação no plenário.
Enquanto o governo não apresenta uma proposta para ser discutida, beneficiários como Alexandre, 27 anos, de São Paulo, amargam a falta que esse dinheiro faz. Trabalhador informal, ele recebeu três parcelas e agora está desempregado. Já Beatriz, 38 anos, de São Paulo, mãe-solo com 2 filhos, ainda não conseguiu receber os valores a que tinha direito. Sem emprego, sem renda e sem esperança, não tem com quem deixar os filhos para procurar os bicos que fazia antes da pandemia.
Fernanda e o marido, que faz tratamento para coluna e tem pedra nos rins, enfrentam a dura realidade imposta pela falta do auxílio emergencial. Os dois vivem em São Paulo, estão desempregados e enfrentam o preconceito da idade, pois ela tem 50 anos e tem 60, o que dificulta ainda mais a conquista de um novo emprego.
É por essas pessoas e milhões de outros brasileiros que estão à beira da pobreza extrema que 270 organizações, movimentos e instituições da sociedade civil se reuniram na campanha “auxilioemergencialateofimdapandemia”. Repetindo o que ocorreu no ano passado, quando essas organizações se uniram para pedir a implementação do auxílio, agora elas reivindicam sua volta no formato original: R﹩ 600 por mês e R﹩ 1200 para mães-solo até o fim da pandemia.